Participação de Lula e Dilma na campanha não ajuda no crescimento de candidatos
A participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em
atos de campanha não ajudou candidatos do PT e PCdoB a crescerem nas
pesquisas de intenção de voto na maioria das capitais visitadas. Em
Fortaleza (CE), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ), o desempenho dos
candidatos em pesquisas não melhorou depois que o ex-presidente esteve
nas cidades para apoiá-los. Apenas em São Paulo (SP), o candidato do PT
reagiu nas pesquisas.
Na semana passada, Lula fez um giro pelo Nordeste. Participou de
campanha em cinco cidades do Ceará, entre elas, Fortaleza; duas de
Pernambuco, sendo uma delas Recife; e em Natal, capital do Rio Grande do
Norte. Nos últimos dias, ele esteve em São Paulo e no Rio, capital onde
a ex-presidente Dilma Rousseff também fez campanha.
Em Fortaleza, Lula participou de atos de campanha da deputada
federal Luizianne Lins (PT) em 1º de agosto e 21 de setembro. Desde
então, a petista só caiu nas pesquisas. No primeiro levantamento
Datafolha divulgado em 21 de agosto, ela tinha 17% das intenções de
voto. Na pesquisa seguinte (10/09), foi para 16%. No levantamento mais
recente (24/09), ela caiu para 15%, permanecendo em terceiro lugar – e,
portanto, fora de um eventual segundo turno.
Na cidade, Luizianne tem como adversários o atual prefeito,
Roberto Cláudio (PDT), que tenta reeleição tendo como principais
apoiadores os irmãos Cid e Ciro Gomes, ambos do PDT. O pedetista está em
primeiro lugar nas pesquisas e conta com apoio informal do governador
Camilo Santana, que, mesmo sendo do PT, não apoia a petista. Em segundo
lugar, está o deputado estadual Capitão Wagner (PR), apoiado pelos
senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Tasso Jereissati (PSDB-CE).
No Recife, o candidato João Paulo (PT) começou a disputa empatado
em primeiro lugar com o prefeito Geraldo Júlio (PSB), que tenta
reeleição. Ambos tinham 27% das intenções de voto na pesquisa Ibope
divulgada em 22 de agosto. Nos levantamentos seguintes do instituto,
continuou com 27% (14/09) e chegou a subir para 29% logo após a ida de
Lula à cidade, em 22 de setembro. Na última pesquisa (28/09), porém,
caiu para 26%, o que ainda o cacifa para um possível segundo turno.
Apesar de ter apoio dos senadores Armando Monteiro (PTB) e
Humberto Costa, líder do PT no Senado, João Paulo enfrenta no Recife as
máquinas da prefeitura e do governo estadual. Geraldo Júlio, que segue
na liderança, é apoiado pelo governador Paulo Câmara (PSB) e pelo grupo
do ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo em 2014. Em
terceiro e quarto lugares nas pesquisas, estão o deputado federal Daniel
Coelho (PSDB) e a deputada estadual Priscila Krause (DEM).
Rio e São Paulo
Dilma e Lula estiveram no Rio em 21 e 26 de setembro,
respectivamente, para participar de ato de campanha da deputada federal
Jandira Feghali (PCdoB) à prefeitura da cidade. Conforme pesquisas do
Ibope, a parlamentar começou a disputa com 6% das intenções de voto
(23/08), foi para 8% (14/09) e caiu para 6% (26/09). Pelo último
levantamento do instituto, divulgado na quarta-feira, 28, ela aparece
com 7%, tecnicamente empatada em segundo lugar com outros cinco
candidatos.
Jandira disputa uma ida para o segundo turno principalmente com
Marcelo Freixo (PSOL) e com deputado federal Pedro Paulo (PMDB), que tem
apoio do atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e do governo do
Estado. Também estão tecnicamente empatados na segunda posição os
candidatos Índio da Costa (PSD), Flávio Bolsonaro (PSC) e Osório (PSDB).
Em primeiro lugar está o senador Marcelo Crivella (PRB), que possui 34%
das intenções de voto, segundo o Ibope.
Em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT), que tenta
reeleição, cresceu nas pesquisas após Lula começar a participar de atos
de sua campanha no último fim de semana. De acordo com pesquisas do
Ibope/Estado/TV Globo, Haddad começou a campanha com 9% das intenções de
voto (22/08), cresceu para 12% (26/09) e foi a 13% na última pesquisa
(28/09), tecnicamente empatado em terceiro lugar com Marta Suplicy
(PMDB), que está com 16%.
O efeito positivo da participação de Lula sobre o desempenho de
Haddad na eleição deste ano tem dividido o comando da campanha do
petista. Apesar de participar de atos de rua ao lado do candidato, o
ex-presidente, réu em dois processos da Operação Lava Jato, não apareceu
na propaganda televisiva do prefeito. O cenário é diferente do pleito
de 2012, quando Lula teve participação assídua no horário eleitoral de
Haddad.
Fonte: ISTOÉ
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