Fátima Bezerra impede o Presidente do Senado de comandar votação da reforma trabalhista e sessão é suspensa
Karine Melo – Repórter da Agência Brasil
Pouco mais de uma hora depois da
abertura da sessão extraordinária do Senado dedicada à votação da
proposta de reforma trabalhista, o presidente do Senado, Eunício
Oliveira, suspendeu a sessão por tempo indeterminado. A decisão foi
tomada depois que a senadora Fátima Bezerra (PT – RN), que conduzia os
trabalhos, se negou a dar o assento da presidência da sessão a Eunício. O
senador mandou desligar os microfones e apagar as luzes.
Apesar de o presidente do Senado,
Eunício Oliveira, ter dito ainda na semana passada que a fase de debates
da matéria estava encerrada, a sessão tinha sido aberta pontualmente às
11h apenas por senadores de oposição, que se revezavam na tribuna com
discursos contrários à proposta. Ontem, a presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Cármen Lúcia, negou pedido de suspensão da sessão de
hoje.
Ao deixar o plenário após suspender a
sessão, o presidente do Senado disse que a votação será retomada “quando
a ditadura permitir”.
O prédio do Senado está sob a proteção
da tropa de choque da Polícia Militar de Brasília e o acesso está
restrito a parlamentares, servidores e pessoas credenciadas. Sob
protesto da oposição, o acesso às galerias não foi liberado a
visitantes.
A versão final da proposta foi colocada
em votação após dois meses e meio do início da sua tramitação no Senado.
Para ser aprovado, o projeto precisa de maioria simples, ou seja,
metade mais um dos senadores presentes à sessão.
O texto que tramita no Senado prevê que
as alterações entram em vigor 120 dias após a publicação da lei no
Diário Oficial da União. A expectativa é de que, se aprovada da forma
como está, as novas regras comecem a valer a partir de novembro.
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