quinta-feira, 3 de abril de 2008

DE ANDRÉ GUSTAVO

INTIMIDADE COM O DENGUE


Eu vou comentar sobre a epidemia do dengue que assola o país e também a nossa cidade de Currais Novos.

Na minha casa, a babá da minha filha, eu e minha mulher já viramos estatísticas e vítimas, tivemos e causamos prejuízos a terceiros, quando deixamos de comparecer aos nossos compromissos profissionais.

Não vamos discutir se o problema é federal, estadual ou municipal, o problema é de todos, todos tem responsabilidades, inclusive eu e você.

O fato é que há um ano o índice que mede a infestação predial do mosquito, o IIP, estava entre 1,5 e 2,5 %, e hoje pode estar na casa dos 20%, o que está acontecendo?

Em primeiro lugar, vivemos (graças a Deus vai acabar!) uma crise de abastecimento de água sem precedentes, o que leva a população a armazenar água em todo tipo de reservatório, além da caixa d’água que esvazia e o larvicida colocado pelo agente de endemias, para prevenção e tratamento de foco, que vai embora, com a falta da água, há também o peixamento, que é prejudicado, porque o esvaziamento do reservatório, provoca a morte do peixe.

Com tudo isso, ainda tem o trivial, ou seja, reservatório de plantas, pneus, garrafas, calhas, lajes, imóveis com pendências, caixas d’água (com água) descoberta.

O que fazer ? O mundo vai se acabar ?

Não vai, tenha certeza disso. O Poder Público municipal desencadeou uma campanha publicitária de esclarecimento, está fazendo mutirões de limpeza e visitas domiciliares, contratou mais agentes de endemias e está novamente com o carro fumacê nas ruas.

É o suficiente?

Infelizmente não, além da população incorporar o espírito debelador do mosquito e dos focos, além de haver mutirões e campanhas, é necessário também haver a motivação dos agentes de endemias, categoria que tem o seu futuro incerto, pelo menos aqui em Currais Novos.

A Lei 11.350, de 05 de outubro de 2006, que regulamenta a Emenda Constitucional 51 é clara: quem não foi submetido a processo seletivo até a promulgação da Lei, só permanecerá nos cargos até a conclusão do processo seletivo que deverá ser realizado impreterivelmente.

Essa incerteza provoca nos Agentes de Endemias no mínimo aflição, coloque-se no lugar destes 26 (sem os novos contratados) servidores, principalmente depois da efetivação dos Agentes Comunitários de Saúde, que, estes sim, se submeteram a processo seletivo.

É o Agente que identifica e trata quimicamente o foco, é ele quem sobe até a caixa-d’água e coloca o larvicida, e não é incomum acontecer as famosas estatísticas “da ponta do lápis”, que nada mais é do que anotar a planilha sem verificar de fato o imóvel e principalmente os reservatórios.

Urge então, a regularização imediata, ou pelo menos a intenção, devido ao calendário eleitoral, que proíbe certas ações, para que pelo menos a incerteza, que é o maior mal, não paire, e que esses guerreiros tenham a tranqüilidade suficiente para realizar o serviço que deve ser feito corretamente. 0 comentários Links para esta postagem

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