No mesmo dia em que entrou na Justiça Comum para tentar recuperar a vaga na Série A do Campeonato Brasileiro , a Portuguesa já
conseguiu a primeira vitória. Nesta quarta-feira à tarde, o juiz Miguel
Ferrari Júnior, da 43.ª Vara Cível de São Paulo, concedeu ao clube
paulista uma liminar determinando que a CBF
devolva os quatro pontos retirados pela punição do Superior Tribunal de
Justiça Desportiva e que resultaram no rebaixamento no Campeonato
Brasileiro do ano passado. Em termos práticos, a Portuguesa está de
volta à Série A, mas a CBF pode recorrer. Também foi concedida a liminar
que proíbe a Portuguesa de sofrer qualquer punição desportiva pelo fato
de ter ingressado em juízo.
Alex Silva/Estadão - 11/08/2013
Liminar mudaria Brasileirão, que começa em abril
A vitória parcial da Portuguesa coloca em xeque o início do
Campeonato Brasileiro, marcado para o dia 19 de abril. Na tabela
divulgada pela CBF, a Portuguesa deveria disputar a Série B. O
Fluminense, clube beneficiado pelo rebaixamento da Portuguesa, faria uma
das partidas de abertura da Série A. A ação também cria atrito com a
Fifa no ano da Copa do Mundo - a entidade orienta a confederações e
federações a punir os clubes que procuram a Justiça Comum para resolver
questões desportivas.
A ação protocolada pela Portuguesa tem três argumentos principais:
descumprimento do Estatuto do Torcedor pela não publicação da suspensão
de Heverton antes do jogo contra o Grêmio; atrasos no Boletim
Informativo da CBF divulgando os atletas suspensos e pena
desproporcional.
A entrada na Justiça Comum aconteceu mais de um mês depois da decisão
unânime do Conselho Deliberativo do clube. Dois fatores explicam a
demora. O primeiro deles foi uma estratégia jurídica para dificultar o
contragolpe da Confederação Brasileira Futebol para tentar um eventual
parecer favorável à Lusa. O segundo motivo foi financeiro. Mergulhado em
uma crise sem precedentes, o presidente Ilídio Lico tentou várias vezes
conseguir empréstimos com a própria CBF e a Federação Paulista de
Futebol. Em todas as situações, ouviu que deveria desistir da vaga na
elite para conseguir os adiantamentos. Na última segunda-feira, após
nova resposta negativa das entidades, foi convencido pelo restante da
diretoria, favorável à apelação.
Estadão
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