Lula e Temer podem ser incluídos em inquérito da Lava Jato no STF
Menções ao ex-presidente e vice em delação de Delcídio Amaral devem ser anexadas à investigação da Corte
Estadão Conteúdo
A Procuradoria-Geral da República deve
pedir pedir a inclusão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do
vice-presidente Michel Temer no inquérito que apura formação de
quadrilha por políticos que supostamente atuaram no esquema de corrupção
na Petrobrás, segundo fontes ligadas à investigação. A investigação
corre no Supremo Tribunal Federal desde março do ano passado e apura
cerca de 40 pessoas, entre elas parlamentares e lideranças do PMDB, PT e
PP.
Investigadores avaliam a possibilidade de que as menções feitas pelo
senador Delcídio Amaral (PT-MS) em delação premiada sejam também
incluídas na investigação que corre no Supremo e tenta mostrar o sistema
organizado de políticos no recebimento de propina e benefícios oriundos
de contratos da Petrobrás.
A delação de Delcídio, homologada nessa segunda-feira, 14, pelo
ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato na Corte, reforça
a apuração sobre o PMDB e sobre o PT no inquérito, o que pode gerar a
inclusão de Temer e Lula no rol de investigados.
No caso de Lula, além das menções feitas por Delcídio, os procuradores devem solicitar informações à Justiça Federal no Paraná, que conduz a investigação que tem o ex-presidente como alvo. Se Lula for confirmado ministro de Estado, no entanto, a solicitação nem será necessária, pois todo o material de investigação que corre na justiça de primeira instância será encaminhado para a PGR e para o Supremo Tribunal Federal.
No caso de Lula, além das menções feitas por Delcídio, os procuradores devem solicitar informações à Justiça Federal no Paraná, que conduz a investigação que tem o ex-presidente como alvo. Se Lula for confirmado ministro de Estado, no entanto, a solicitação nem será necessária, pois todo o material de investigação que corre na justiça de primeira instância será encaminhado para a PGR e para o Supremo Tribunal Federal.
Na delação, Delcídio detalha a proximidade do ex-presidente com seu
amigo pessoal, o pecuarista José Carlos Bumlai, réu na Operação Lava
Jato. O senador petista também relata tentativa de Lula evitar o
depoimento do lobista Mauro Marcondes, réu na Operação Zelotes, na CPI
do Carf.
Já com relação a Temer, procuradores devem avaliar sua inclusão
unicamente com base nas falas de Delcídio. O delator envolve o
vice-presidente em suposto esquema de aquisição ilícita de etanol pela
BR Distribuidora. O peemeebista teria, segundo Delcídio, "apadrinhado" o
ex-diretor da subsidiária da Petrobrás João Augusto Henriques,
supostamente envolvido no caso e que fez pagamentos indicados como
propina ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Por meio de sua assessoria de imprensa, o vice-presidete Michel Temer
disse que não comentaria o caso. Interlocutores alegam que ele é
presidente de um partido e, nessa condição, não pode ser
responsabilizado por eventuais falhas cometidas por seus
correligionários.
Obstrução. A Procuradoria não descarta incluir o nome de Lula e de
Bumlai também na acusação contra Delcídio por tentativa de obstrução de
investigações da Lava Jato. Na delação, o senador conta que Lula pediu
que o parlamentar ajudasse Bumlai para garantir o silêncio do ex-diretor
da Petrobrás, Nestor Cerveró, em eventual depoimento aos
investigadores. Segundo Delcídio, foi intermediado o pagamento de
valores por Maurício Bumlai, filho do pecuarista, ao então advogado de
Cerveró.
Delcídio foi denunciado em dezembro pela PGR, ao lado de André
Esteves, do BTG Pactual, Diogo Ferreira, assessor do parlamentar, e
Edson Ribeiro, ex-advogado de Cerveró por tentativa de atrapalhar as
investigações da Lava Jato.
Fonte: ISTO É
Nenhum comentário:
Postar um comentário