sexta-feira, 23 de outubro de 2020

 



O histórico de um babão de politico



Durante e também após a campanha eleitoral – entre a anunciação do resultado e a posse do eleito – o babão fica deslumbrado, em total estado de êxtase. É a sua melhor fase. Contudo, na maioria das vezes, o xeleléu é decepcionado. Não é convidado para ocupar cargos e empregos no governo. Sente-se injustiçado e coisa e tal. Inicialmente fica frustrado, depois entra em estado de depressão. Pensa: babei tanto pra isso, meu Deus.

O adulador age por impulso. Jamais contraria o adulado, mesmo ele estando confuso ou errado em suas atitudes e posicionamentos. É um craque em desvirtuar os fatos e levar ao bajulado informações descaracterizadas da realidade. Normalmente o bajulador fixa num objetivo: ocupar espaços presentes, e principalmente, futuros. É uma meta.

O lambe-botas, em campanha eleitoral, mentalmente descontrolado, é capaz de colocar os assessores de confiança do candidato uns contra os outros, estragando assim, a estratégia da campanha. Sem arrependimento ou sentimento de culpa. E também não admite ser contrariado por outro “baba-ovo”. Existe baba-ova?

O babão “enche o saco”. Na maioria das vezes é repreendido – até mesmo com um simples olhar de reprovação do lisonjeado. E ele liga. Sai na urina, não é xeleléu?

O chaleira, o profissional mesmo, “cá prá nós”, o fuxiqueiro político, acha que é uma pessoa íntima do bajulado. Em tudo ele quer se meter, até na vida particular do lambido. Não tem senso crítico.

Além de perigoso e conspirador por natureza, o adulador gosta de escutar conversas e participar de reuniões, mesmo quando não lhe diz respeito. É penetra e chato, porém não percebe que está irritando.

Tem adulador que passa o dia ligando para o celular do candidato, raramente consegue ser atendido, mas insiste. Chega cedinho na residência do bajulado temendo que alguém mais esperto, ou mais babão do que ele, apareça primeiro e ocupe o seu lugar.

Cuidado, muito cuidado, senhores candidatos a prefeito e a vereador de todos os partidos e coligações, os puxa-sacos podem arruinar os projetos de vocês, ou seja, as vitórias desenhadas. Eles, de tanto quererem agradar com suas constantes babadas, não têm noção nenhuma de riscos eleitorais. Para os babões tudo está a mil maravilhas, perfeito.

O xeleléu tem também outra característica especial: esquece as traições do passado recente cometidas contra o candidato pelo qual vota momentaneamente. Para ele toda campanha eleitoral é um mundo novo. Uma fantasia. Uma festa.

Na hipótese de insucesso do candidato, o xereta abandona solenemente o adulado, passa a desprezá-lo, e segue a direção do vento.

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