sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Pelé no Clube de Regatas Vasco da Gama




" Independentemente do parabéns que eu devo dar pela possibilidade que o clube deu para todos os negros, os afro-brasileiros. O Vasco é o time que me abriu as portas para o mundo"

Pelé, o eterno Rei do Futebol

O Rei do Futebol é vascaíno. Em entrevista ao "Canal Pilhado", publicado no dia em 31 de março de 2020, uma  segunda-feira, Pelé abriu o jogo sobre sua relação com o time da Cruz de Malta. Ídolo máximo do Santos, o ex-jogador, na época  79 anos, agora 80, recordou a torcida pelo Vasco na infância e garantiu sustentar o carinho pelo Gigante da Colina até os dias atuais. 

- Em Bauru, a maioria dos amigos do meu pai, seu Dondinho, era Corinthians. Era São Paulo, tinha o BAC (Bauru Atlético Clube), o Noroeste, mas do Brasil, a maioria era corintiano. E não sei porque cargas d'água eu saí Vasco, comecei a gostar do Vasco - disse Pelé, que interpelado pelo jornalista Thiago Asmar se foi mesmo vascaíno, o Rei disse não se tratar apenas do passado:

- Fui não, sou Vasco. Para que não se lembra, sou ainda. Todo mundo começou a me questionar, e eu disse: "Tenho direito de escolher, porque meu time, todo mundo sabe que é o Santos, eu jogo pelo Santos". Mas eu sou vascaíno, porque naquela época meu pai jogava com um jogador que chamava Marinho, centroavante, mais jovem, que depois foi para o Vasco. E aí deu essa coisa pelo Vasco. E por coincidência, eu acabei jogando pelo Vasco em um Brasileiro - contou.

A passagem a qual Pelé se refere, na verdade, foi durante o Torneio do Morumbi de 1957, competição amistosa promovida pelo São Paulo para celebrar a construção do seu estádio. Ainda aos 16 anos, a promessa que despontava foi cedida ao Cruz-maltino o Gigante da Colina – juntamente com os santistas Ivan, Urubatão, Brauner, Álvaro, Jair Rosa Pinto e Pepe – para formar uma espécie de combinado, já que o time principal do Vasco excursionava pela Europa:

- Só Deus para explicar uma coisa dessa, né? Com tanto time em São Paulo que eu poderia ter jogado, mas foi no Vasquinho. São coisas que Deus tem me dado de presente e que é difícil explicar.


Questionado se até hoje tem carinho pelo time de São Januário, Pelé foi além de apenas afirmar, e recordou brincadeiras envolvendo a rivalidade entre cruz-maltinos e flamenguistas na época da Seleção Brasileira.


- Até hoje, não. Nunca deixei de ter. Mas não espalha, porque depois os flamenguistas que são meus amigos vão ficar bravos comigo (risos). Mas ele sabem. A gente perturbava o Gerson na seleção. Eu falava "é meu Vasquinho" e tal. E o Gerson: "Que Vasquinho, o quê. Nosso time é o Mengo, o Mengão" - contou o Rei, que ainda afirmou sofrer de vez enquanto pelo "Vasquinho" enquanto assiste aos jogos na TV.


Pelé também foi perguntado sobre por qual time, entre os que nunca defendeu, ele jogaria caso tivesse oportunidade. O artilheiro dos mais de mil gols citou novamente o Vasco, e relatou mais detalhes sobre a meteórica passagem pelo Gigante da Colina no início de carreira.


- Olha, que eu não defendi. Porque se não, eu falaria que voltaria para o meu Vasquinho, o Vasco da Gama, que me deu essa oportunidade, que me fez conhecido. Para os mais jovens: Eu era do Santos, e teve um acordo entre as equipes, porque as duas estavam excursionando. Então fizeram uma união, Santos e Vasco, com os jogadores que estavam começando. Não perdemos, ganhamos o torneio. Então, para os mais jovens: Eu sou Vascaíno porque o Vasco me deu a oportunidade de aparecer no mundo todo, e sou Santos porque o Santos me criou. Então, tirando o Santos, seria o Vasco - finalizou o Rei do Futebol.

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